Resenha: A Morte Da Luz - George R. R. Martin

Título: A Morte Da Luz
Autor (a): George R. R. Martin
Editora: LeYa
Páginas: 336
Um planeta está prestes a morrer, seu caminho se afasta das estrelas que trazem vida àquele lugar. Suas 14 cidades, construídas rapidamente quando o planeta passou por perto de uma grande estrela, também estão moribundas.Worlorn não é o planeta que Dirk t’Larien imaginava, e Gwen Delvano não é mais a mulher que conhecera. Ela está ligada a outro homem e a esse planeta moribundo preso no crepúsculo, seguindo em direção à noite sem fim. Em meio à paisagem desoladora, há um violento choque de culturas, no qual não há códigos ou honra e uma batalha se espalhará rapidamente.

A Morte da Luz é o primeiro livro escrito por George R. R. Martin, que posteriormente ficou conhecido por As Crônicas de Gelo e Fogo. Em seu livro de estreia de fantasia épica conhecemos a história de Dirk t’Larien e sua ida para o planeta Worlorn para encontrar Gwen Delano, com quem teve um relacionamento e pela qual ainda é apaixonado, que pediu sua ajuda.

Porém, ao chegar nesse estranho e decadente planeta que tem seus dias contados, Dirk enfrenta não apenas um perigoso choque cultural com o povo que ali vive e costumes que podem lhe custar a vida, mas também percebe que nãos será tão fácil reconquistar Gwen que agora está casada, presa em um juramento que talvez não a agrade mais. Neste cenário qualquer passo em falso pode desencadear uma série de situações desastrosas e Dirk parece ser especialista em desencadeá-las. 

A Morte da Luz foi um livro que comprei por impulso, anos atrás. Meus dias eram resumidos em respirar As Crônicas de Gelo e Fogo e George Martin era um gênio para mim (ainda é rs), então nada mais justo do que comprar o primeiro livro dele, não é? Mas então a vontade de ler passou e só nessas férias finalmente me obriguei a lê-lo para parar de olhar para ele com culpa. Queria que a experiência tivesse sido melhor. 

Fazia algum tempo que não lia um livro de fantasia épica e talvez por isso tenha me esquecido de como ler um livro desse gênero pode ser cansativo e, por vezes, frustrante. Porém, isso não quer dizer que a história e universo que Martin criou seja...ruim. Pelo contrário, sempre fico encantada e admirada pela criatividade de criar não só um mundo, mas toda uma galáxia, com diversos planetas, povos  tão diferentes entre si, costumes, etc. e tudo ricamente detalhado. Diria que as 100 primeiras páginas são as mais lentas e difíceis no ritmo de leitura, pois contém a introdução não apenas para ficarmos familiarizados com Worlorn, mas também para entender todo o sistema em que a história está inserida. 

A escrita do Martin já era ótima desde o início, mesmo a trama não me prendendo tanto quanto gostaria eu ficava relutante em largar o livro e fazer outra coisa, pois Martin consegue fazer mágica com as palavras. As descrições na medida certa, comparações e metáforas, sem falar nos momentos filosóficos que podem não agradar todo mundo, mas certamente me fisgam. 

O problema central que eu apontaria na história como sendo o responsável por não me fazer gostar tanto seria que, simplesmente, eu não consegui me apegar aos personagens, ou me importar (muito) com eles. Suas motivações eram duvidosas, não lá muito compreensíveis e entendíveis para mim. E isso aliado a apresentação de toda uma cultura que acabou por não me interessar porque seus portadores não me eram cativáveis. 

Claro que gostei mais de alguns personagens que outros. Dirk teve seus momentos, com seu conflito interno tentando saber quem era e se redescobrir, enquanto tentava salvar Gwen; dela não sei muito bem o que pensar, às vezes achava que a entendia, mas ela era uma personagem tão confusa e perdida sobre o que queria para si mesmo que é difícil para o leitor compreendê-la. O personagem mais verossímil e ~deixa eu te abraçar porque no começo não gostei de você, mas você é injustiçado e admiro sua força~ vai para Jaan. E também existe Garse, o personagem mais complexo ao meu ver nesta história: odioso, sarcástico, mas também leal e amigo fiel. 

Gostaria de deixar uma nota aqui que após ler esse livro acredito que George Martin teve SIM um coração e consciência algum dia e que não foi sempre o Deus da Morte, afinal só há UMA morte relevante e de um personagem “principal” que CLARO era o que eu mais gostava. Na verdade, só percebi que tinha me apegado e amado ele depois que ele morreu. Síndrome do “só percebi o quanto gostava do personagem quando ele morreu”, quem nunca?

No mais, essa resenha pode ter saído meio negativa demais, mas A Morte da Luz é sim uma boa leitura, para se passar o tempo e distrair. E se você é fã incondicional de fantasia épica e de uma trama cheia de elementos de outras galáxias recomendo a leitura, afinal só porque não me agradou tanto não quer dizer que ocorra o mesmo com você!



4 comentários:

  1. Eeeeeeeeeeita xiovana Debs! Eu nunca li nada do George R. R. Martin, sempre me dizem que pelo menos em "As Crônicas de Gelo e Fogo", é tanto personagem, tanta descrição, que você acaba se perdendo. E eu tenho certeza de que me perderia. Então... nesse livro, pelo o que você disse, e pelo o que eu entendi, ele continua com essas descrições super ultra mega hiper detalhadas né?. E ah, "Síndrome do 'só percebi o quanto gostava do personagem quando ele morreu'”"? Normal, kkkk. Eu tenho muita vontade de ler algo dele, mas não sei... Ainda penso muito sobre isso. Amo fantasia épica, mas... bem, idk, vejamos!
    Ótima resenha <3

    Beijos, Carol
    www.girlfromoz.com.br

    ResponderExcluir
  2. Oi Debora, tudo bem ???
    Acredita que até hoje eu não li nenhum, nenhumzinho sequer, livro do Martin ?! E o que mais me surpreende e deixa confusa é que eu nem sei quando, ou se algum dia eu vou ler algum livro dele ... Tá bom, fui um pouco dramática, rsrsrs, tem um livro dele que eu morro de vontade de ler mas ainda não tive a chance, é aquele O Dragão de Gelo, que mesmo sendo infantil, ou infanto-juvenil, me encantou muito mais do que os outros.
    Eu não duvido que ele seja um ótimo escritor, olhe para a fama de Guerra dos Tronos e a gente descobre o quanto o cara conseguiu se destacar. Mas sei lá, acho que por ele ser tão falado eu acabei me cansando um pouquinho (mas nunca da série, nunca nunca da série, hahaha).
    Mas sobre a sua resenha ... Eu adorei !!! ^^
    Gostei da sua sinceridade, gostei que você destacou o que não curtiu no livro e que mesmo com seus defeitos você curtiu a história !!! Nem preciso dizer que fiquei feliz em saber que nesse livro ele não decidiu sair matando todo mundo né, hahaha ...

    Beijinhos
    Hear the Bells

    ResponderExcluir
  3. Admito que tenho vontade de ler algo dele mas tenho preguiça. Pois é...
    Fantasia épica não faz muito meu estilo mas algo nos livros do Martin me chama atenção rs o que me desanima é o tamanho dos livros e o fato dele sair matando todo mundo haha. Um dia quem sabe eu tento ler em e-book, pelo menos assim não fico vendo o tamanho da coisa ;)
    E perceber que gostava do personagem só depois que ele morreu? o/\o

    http://nerdicesdeumagarota.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Olá, Debora.
    Eu andei sumida do blog essa semana, a falta de tempo vai receber a culpa. Essa é a razão de eu andar sumida do twitter também, triste T-T. Mas estou de volta. Bem, nunca li nada desse autor, mas conheço sua fama de assassino. Eu entendo quando lemos um livro e acabamos ressaltando mais coisas negativas, mesmo que a obra não tenha sido tão ruim assim. Gostei de sua resenha, mas preciso confessar que o estilo de livro que o Martin escreve não é algo que me atrai, infelizmente. Quem sabe em um outro momento...
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário...