Autor(a): Lauren Oliver
Editora: Intrínseca
Páginas: 352
Editora: Intrínseca
Páginas: 352
SKOOB
Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?.
“Amor deliria nervosa. A mais mortal das coisas mortais” p. 47
Você
já pensou viver em uma sociedade em que o amor
é considerado uma doença e há até uma cura? Loucura, não é? Porque se você
parar um segundo para pensar o amor é a base de nossas relações, tudo acontece
por que amamos algo ou alguém, o amor faz parte de nós por assim dizer!
Em
Delírio, Lauren Oliver teve a genial
ideia de construir tal sociedade. Nela o amor foi considerado culpado pelas
desgraças do mundo, ou seja, uma doença que corrompia as pessoas e as leva-a a
fazer coisas horríveis, então cientistas desenvolveram uma cura, realizada
através de uma cirurgia em qualquer cidadão. Ao completar dezoito anos
obrigatoriamente todos devem ser curados, ou até antes caso demonstrem os
sintomas do deliria. Tudo está claro
e muito bem explicado no Shhh, Suma
de hábitos, higiene e harmonia, digamos que a Bíblia dessa sociedade.
Nesse
contexto conhecemos Lena Haloway, que está a noventa e cinco dias de sua
intervenção, e não vê a hora de ser curada, de estar segura de tal mal e assim, finalmente ela vai poder viver a sua
vida: irá para a faculdade, vai se casar com alguém destinado a ela pelo
Governo, ter filhos e viver confortavelmente e segura pelo resto da vida.
Depois
de toda a sua história familiar, do trágico acontecimento com a sua mãe, que
foi infectada pelo deliria e não foi
capaz de ser curada, Lena vive envolta por uma aura de medo, medo de ser igual
a mãe e como todos as pessoas, Lena acredita piamente que o amor é algo ruim,
sujo e que vai matá-la, bom, até conhecer Alex...
“Sua voz soa divertida outra vez - Não estou flertando com você.
Sinto uma onda de vergonha passando por mim. Flertando. Um palavrão. Ele acha que eu acho que ele está flertando. (...) Ele inclina a cabeça para o lado.
- Então você está flertando comigo?
- O quê? Não - disparo.
Minha mente está girando às cegas, em pânico, e eu percebo que nem sei o que é flertar.” p. 117
Incrível.
Delírio, realmente me surpreendeu; sempre achei essa ideia interessante, mas o
tratamento da autora tornou tudo mais instigante e notável. É realmente
admirável a abordagem sobre o tema, e como a história se desenvolve. A escrita
da autora é suave e muito agradável, supor gostosa de ler. Em algumas partes os
diálogos são praticamente inexistentes, e somos brindados com descrições
brilhantes e cheias de reflexões por parte de Lena, que nos apresenta seu mundo
tanto exterior quanto interior.
Num
primeiro momento pensei que Lena fosse apenas mais uma personagem principal
fraca e que faz aquilo que mandam, na verdade ela é exatamente assim, mas tem
aquela chama que teima em brilhar no fundo e que o Alex faz explodir. É demais
observar a mudança dela durante o livro, e vamos mudando junto com ela. Lauren
faz Lena nos convencer que o amor é realmente algo detestável e extremamente
perigoso e depois vamos observando a desconstrução total dessa ideia, com
argumentos e situações totalmente plausíveis. Ela percebe que a verdade em que
a fizeram acreditar talvez não seja tão certa assim, talvez amar a sua mãe
(mesmo que Lena não saiba que é isso que ela sente em relação a mãe morta),
gargalhar alto e se divertir com sua melhor amiga ou querer ficar com Alex não
seja errado.
Falar sobre Alex é complicado, ele não é
aquele cara que te deixa imediatamente apaixonada e sem fôlego, como tantos
outros personagens literários. Há uns que digam que lhe falta personalidade,
mas ele é extremamente forte, fofo, gentil e amoroso. Ele não te faz perder o
fôlego, mas com certeza te faz suspirar umas quantas vezes haha Ele apresenta o
amor para Lena, e é tão bom ver eles juntos que eu torcia muito para eles nunca
se separarem.
“Alex olha para mim.
- Isso é poesia - diz ele.
- O que é poesia?” p. 233
Mas,
ainda há pessoas que acreditam no amor como algo bom e no seu poder de
transformação, diferente das pessoas que facilmente abrem mão do amor e vivem
suas vidas como se houvesse um véu em frente aos seus olhos, sem realmente
sentir nada ou se importar, eles são conhecidos como Inválidos e vivem na Selva,
um lugar que todos ignoram a existência. E eu, espero muito conhecer mais deles
no próximo livro, Pandemônio.
Delírio
é intrigante e uma ótima leitura, uma distopia diferente e inovadora,
super-recomendo. O ritmo é muito bom, lá pelo meio a leitura fica meio
arrastada, mas nada que prejudique o andamento. A escrita é diferente e rica.
Tudo na medida certa! E o final é de te deixar louca, suspense total, necessito
do segundo livro. E você de uma chance para Delírio, não vai se arrepender!
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