Resenha: Outlander A Viajante do Tempo - Diana Gabaldon

Título: Outlander - A Viajante do Tempo
Autor (a): Diana Gabaldon
Editora: Saída de Emergência Brasil
Páginas: 800

Claire, a protagonista de A viajante do tempo é uma mulher de personalidade forte, lutando para se manter num mundo de homens violentos, que busca seu verdadeiro amor enquanto participa de importantes acontecimentos da história. Claire Beauchamp Randall foi separada de seu marido Frank pouco depois da lua-de-mel, quando ele foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. Ao final do conflito, Claire e Frank se reencontram e retomam a vida que tinham em comum numa viagem a Escócia. Mas o reencontro não ocorre da forma esperada. Parece haver entre a esposa e o marido um distanciamento muito maior do que aquele causado pelos anos de guerra. Ao visitar uma antiga e mística formação de rochas, Claire finalmente vai conhecer seu destino.

Eu disse que não ia ler Outlander, que ia ficar apenas com a série. Bom, falhei miseravelmente. Larguei tudo, e me atraquei nas 800 páginas mais cheias de magia, intensas emoções, personagens complexos e trama rica e intrínseca que tive notícias depois de As Crônicas de Gelo e Fogo. 

Outlander - A Viajante do Tempo conta a história de Claire Randall, enfermeira na Segunda Guerra Mundial e que agora desfruta de uma segunda lua de mel na Escócia, com seu marido Frank Randall. Enquanto ela se interessa por ervas medicinais, ele passa seu tempo tentando descobrir sua árvore genealógica. E acaba chegando a um ascendente que foi Capitão dos Dragões ingleses, Jonatham “Black Jack” Randall, quando a Inglaterra tentava impor sua soberania a Escócia. 

Movidos por sua curiosidade Claire e Frank presenciam um ritual druida na montanha de Craigh Na Dun, e alguns dias depois Claire volta ao local a procura de uma erva que viu, no entanto, após ouvir barulhos estranhos e tocar em uma pedra fendida do santuário, ela acaba no ano de 1743 no meio do conflito Inglaterra-Escócia, em que a tensão predominava entre o exército e os clãs. Levada refém pelo clã Mackenzie, Claire tentará se adaptar enquanto busca entender o que lhe aconteceu. 

Bom, isso é só a ponta do iceberg. Após ser transportada para o passado Claire se envolve nas tramas históricas da época, virando refém dos acontecimentos e se apegando as pessoas ao seu redor (cof cof Jamie cof cof). Então, resumir esse livro é quase um sacrilégio. Uma imensidão de situações, cada uma levando a outra puxam o fio da trama, nos conduzem pelo passado e por essa história viciante, intrigante e majestosamente pensada. 

Claire é uma personagem suprema. A autora, Diana Gabaldon, acertou em cheio ao criar uma personagem forte, inteligente, corajosa, com a dose certa de medo e temeridade, mas que não hesita em abrir mão de seu próprio bem estar em prol do próximo. A cada página eu era surpreendida com sua enorme capacidade de lidar com situações tensas e de risco, além de seu autocontrole. Uma personagem com defeitos, que não tenta esconde-los, mas faz o melhor que pode com o que há disponível. Nesse caso, ser uma viajante do tempo

Minha reação lendo a maioria das cenas, principalmente as fofas
Outro personagem central desta trama e de suma importância é Jamie Fraser. Se alguém avistá-lo, por favor, entrar em contato, ele roubou meu pobre coração.  Dizer que Jamie é o galã da história e o herói que salva Claire se casando com ela para livrá-la das temíveis e cruéis garras de Black Jack pode ser verdadeiro, mas é meio um insulto. Porque sua participação na estória não se reduz a apenas isso. Eu disse no post sobre a série de TV que Jamie é a alma da série e lendo o livro tive a plena confirmação desta afirmação. Ele inspira a Claire, lhe dá força de vontade e é a âncora que a segura em sua instável situação (assim como ela é a dele). Ele é intenso, teimoso, corajoso de um jeito imprudente e cabeça dura. A jornada dele é triste, recheada de acontecimentos que teriam matado e quebrado - psicologicamente e fisicamente - qualquer um, mas ele continua em pé. E para não dizerem que estou sendo parcial aqui, eu odiei ele por um bocado de páginas, devido a algumas coisinhas que ele apronta. Os personagens da Diana não são preto no branco, são cinzas e ponto. 

Com Claire narrando, em primeira pessoa, sua jornada nos sentimos transportados para a época de 1743, onde costumes, crenças, TUDO era diferente. Um dos maiores atrativos do livro/série para mim é: conhecer outra cultura, além de ter uma ideia melhor de como o mundo era antigamente. 

A escrita da Diana é ridiculamente maravilhosa, poética, com metafóricas incríveis que pintam vividamente os cenários e acontecimentos em nossa cabeça. A leitura flui de maneira assustadora e é impossível desgrudar um minuto sequer os olhos das páginas, salvo para respirar e absorver os impactantes acontecimentos. O ritmo da história se mantém durante todo o tempo, nunca se tornando enfadonho ou cansativo. Diana escreve de maneira inovadora, sutil, com um vocabulário refinado e com profundidade para passar toda a carga tanto sentimental, visual, quanto cultural. Mas para não dizer que o livro é livre de defeitos em alguns momentos senti que a descrição das ações e ambientes era priorizado em detrimento dos sentimentos. Ou talvez fosse apenas minha ávida vontade por saber tudo o que os personagens que passei a amar sentiam. 

Elena representa minha reação nas últimas 180 páginas, quando tudo começou a ir pro brejo. Jamie </3
Em meio a miríade de emoções que experimentei lendo essa magnífica e bem bolada trama, eu pensava que não sobreviveria ao que viria a seguir quando virasse a página. O tempo de recuperar o fôlego, de se restabelecer após uma situação particularmente tensa é pequeno. E quando imperava a calmaria e a frágil felicidade você pressente nas entrelinhas que o que está por vir é milhões de vezes pior do que passou. 

Outlander é aquele livro que representa o objetivo da leitura do melhor modo possível: te transportar para uma realidade diferente e, apesar de difícil, complicada, completamente desejável de se viver, com personagens que você se identifica e irá amar mais que a própria vida tanto quanto irá odiá-los em determinados momentos. Mal posso esperar para embarcar nessa viagem de novo! O segundo livro da série, A Libélula no Âmbar, será lançado no dia 5 de novembro no Brasil. 

3 comentários:

  1. Debora! <3 Peguei um pouco do ânimo que você passou no twitter quando estava lendo Outlander e tenho certeza de que está é uma obra maravilhosa! Sua resenha ficou épica, parabéns, e adorei o uso dos gifs para expressar as suas reações! Confesso que eu não tenho tempo nenhum para ler Outlander agora, nem nas férias, já que a lista de livros para ler nas férias já tá gigantesca, mas vou ficar torcendo para a série conseguir captar com muito prestígio toda a magia do livro! <3 E obrigada pelos spoilers que eu pedi no twitter, estaria morrendo de curiosidade aqui se não fosse você rs Muitos beijos!

    www.bibliophiliarium.com

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    1. Eu fiquei muito louca pirada no Twitter, né? HAHA Não consegui evitar! Obrigada, Tici, sua opinião é muito importante <3
      Uma coisa que desencoraja é o tamanho e a quantidade de livros, mas qualquer coisa se a série deixar a desejar eu preencho as lacunas para você do que acontece no livro HAHA Te espero em abril no Twitter pra comentarmos ep por ep dessa maravilha!
      Beijooos

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  2. Existe centro reabilitação para viciados em séries/livros, porque acho que você vai precisar se internar em um desses logo por causa de Outlander.
    É difícil não se contagiar com o seu entusiasmo pelas coisas, mas minha opinião se mantém aquela do meu comentário na sua resenha da série (considerando que ainda não assisti ao segundo episódio; prometo que farei logo e te direi minha opinião).
    O livro, esse eu tô quase certo que não vou ler. Não é por nada, é só uma questão de prioridades (e eu disse o mesmo sobre a série, então já dá pra ver que minha palavra não vale nada).

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