Resenha: Sob a Redoma - Stephen King

Título: Sob a Redoma
Autor(a): Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 952


Em um dia como outro qualquer em Chester’s Mill, no Maine, a pequena cidade é subitamente isolada do resto do mundo por um campo de força invisível. Aviões explodem quando tentam atravessá-lo e pessoas trabalhando em cidades vizinhas são separadas de suas famílias. Ninguém consegue entender o que é esta barreira, de onde ela veio e quando — ou se — ela irá desaparecer.

Os moradores de Chester’s Mill percebem que terão de lutar por sua sobrevivência. Pessoas morrem, aparelhos eletrônicos entram em pane ao se aproximar da redoma e a situação fica ainda mais grave quando a cidade se vê exposta às graves consequências ecológicas da barreira. Para piorar a situação, James “Big Jim” Rennie, político dissimulado e um dos três membros do conselho executivo da cidade, usa a redoma como um meio de dominar a cidade.

Enquanto isso, o veterano da guerra do Iraque, Dale Barbara, é reincorporado ao serviço militar e promovido à posição de coronel. Big Jim, insatisfeito com a perda de autoridade que tal manobra poderia significar, encoraja um sentimento local de pânico para aumentar seu poder de influência. O veterano se une a um grupo de moradores para manter a situação sob controle e impedir que o caos se instaure. Junto a ele estão a proprietária do jornal local, uma enfermeira, uma vereadora e três crianças destemidas.

No entanto, Big Jim está disposto até a matar para continuar no poder, apoiado por seu filho, que guarda a sete chaves um segredo. Mas os efeitos da redoma e das manobras políticas de Jim Rennie não são as únicas preocupações dos habitantes. O isolamento expõe os medos e as ambições de cada um, até os sentimentos mais reprimidos. Assim, enquanto correm contra o pouco tempo que têm para descobrir a origem da redoma e uma forma de desfazê-la, ainda terão de combater a crueldade humana em sua forma mais primitiva.


Sim, eu consegui! Nem acredito, mas consegui! Venci as intermináveis 952 páginas desse magnífico “tijolo” com o qual o tio Stephen King nos presenteou ~começa a tocar We Are The Champions, do Queen~.

É difícil fazer uma sinopse concisa e curta, afinal são muitas coisas abordadas, mas basicamente é o seguinte: Em um belo dia, na cidade de Chester’s Mill, Maine um estranho fenômeno ocorre, a pequena cidade é isolada do mundo por uma Redoma que corta exatamente as fronteiras do município, uma parede invisível encobre como uma cápsula a cidade, ninguém entra e nem sai e, aparentemente só uma nesga de ar e água passa pela Redoma, o suficiente para os moradores de Chester’s Mill sobreviverem.

Mas, é claro que se tratando de um livro do King seria fácil demais apenas uma Redoma cair do céu, nesse cenário temos o segundo vereador Big Jim Rennie, mais corrupto impossível, ele se aproveita da inusitada e desesperadora situação para dar vida ao ditador que existe em sua crente alma. E temos Barbie (suspiro elevado à quinquagésima potência), ex-membro do Exército e agora chapeiro do restaurante local será um inimigo a altura de Big Jim. Como dizem por ai, uma Redoma, uma cidade dependente de um político corrupto, um belo chapeiro e uma editora de jornal durona e o circo está armado!

Gostaria de resaltar que os meus braços ainda doem haha Tanto papel pesa e eu carregava o livro para cá e para lá para terminá-lo logo. É meio difícil dizer em poucas palavras o que senti em relação ao livro. Acho que dizer que é uma ótima história e uma ótima leitura seja aceitável. Stephen criou uma obra magnífica, com histórias intricadas e que em algum momento se cruzam, e para um livro tão grosso o ritmo é excelente, sempre havia uma reviravolta e uma nova trama presente, sempre evoluindo e que convergiram para um final cruel, angustiante, mas verdadeiro e crível.

Em alguns pontos da leitura eu tive que parar por um tempo, mas não tinha nada a ver com a história, apenas era muita informação, pontos de vista e pensamentos e eu precisava parar e refletir um pouco sobre o que estava acontecendo. Afinal, o tio Stephen não nos deixa sem saber de nada que ocorre nos domínios da Redoma, sempre intercalando pontos de vista entre seus maravilhosos e bem estruturados personagens. A escrita é impecável e magistral, nenhum furo ou ponta solta em uma história tão grande que se desenrola magnificamente, com doses certas de seriedade, humor negro, referências e sutis alfinetadas.

Jogo rápido sobre os personagens: Barbie = inteligente, sensato, e se quiser pode ser o coronel do meu coração para sempre hahaha; Julia, a editora do jornal local = atrevida, cabeça dura e forte, ela e Barbie formam uma dupla dinâmica! Linda, Rusty, Joe e Cia do bem = amo vocês eternamente, todos impecáveis em suas funções, e se eu não puder ter o Barbie, o Rusty seria um ótima segunda opção haha; Junior (filho do nosso político preferido e tão sádico quanto) e Big Jim = odeio-os com todas as forças possíveis e células do meu corpo, graças a Deus ainda resta um pouco de justiça e o final deles não me decepcionou. Acho que nunca odiei tanto um vilão como Big Jim Rennie, o que suponho demonstre que King fez um ótimo trabalho. Toda vez que o melequento (entendedores entenderão) do Big Jim dizia algo ou simplesmente respirava eu tinha vontade de jogar o livro na parede ou vomitar, sério gente era insuportável ouvir os pensamentos dele, achando que tudo o que fazia era para o bem geral e que o poder era um fardo dado por Deus que ele tinha que carregar. E todo o mal que ele fazia justificava como a vontade de Deus! Que sujeitinho mais odioso e asqueroso!

Aproveitando e finalizando, acho que Sob A Redoma é mais do que apenas um simples livro, há muitas metáforas, situações e pensamentos sobre o qual devemos refletir e que podem abrir nossos olhos para acontecimentos que nos rodeiam e nos alienam. Parabéns Stephen King, por esse maravilhoso livro e leiam, demorem o tempo que for preciso, mas, realmente, vale muito a pena. E lembrem-se: “a cidade é pequena e pro time nós torcemos”.


Até a próxima!





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