Resenha: Divergente - Veronica Roth


Título: Divergente
Autor(a): Veronica Roth
Editora: Rocco
Páginas: 502
Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.
A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.
E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.
Não sei muito bem como começar a resenha desse livro porque a única coisa que consigo pensar é: “Meu Deus é muito bom, é muito bom...”.  Eu o li em total estado de estupefação, simplesmente não conseguia parar e quando parava não ficava um segundo sem pensar na brilhante história que estava lendo. E agora que terminei Divergente ele está me tirando o sono. Impossível não ficar a noite acordada relembrado tudo o que acabei de ler!

Sempre tive muita curiosidade em ler essa série porque adoro distopias e por ser muito comparada com Jogos Vorazes do qual sou fã. Mas, posso assegurar que além do rótulo distopias não há muito em comum. Divergente me surpreendeu muito, não sei o que exatamente esperava, mas com certeza não era uma história assim tão envolvente e viciante.

Bom, a história se passa na futurística Chicago aonde as pessoas são divididas em cinco facções de acordo com a aptidão de cada uma. São Audácia, Abnegação, Amizade, Erudição e Franqueza. Cada uma zela o que acha que melhor pode salvar o mundo. Você pode ter nascido em uma das cinco, mas isso não significa que não pertença a outra, então ao se completar dezesseis anos se é submetido ao teste de aptidão que irá apontar para qual das cinco facções você tem mais inclinação. E aí a decisão é sua: continuar na facção na qual viveu até agora com sua família ou abandoná-los e ir para a facção com a qual se identifica e enfrentar o desconhecido.

É nesse cenário que conhecemos Beatrice Prior que está preste a fazer o seu teste de aptidão, ela pertence à Abnegação, mas não tem tanta certeza se quer continuar sendo. Mas, algo inédito acontece com o seu teste. Algo do qual nunca se ouviu falar. Segundo o teste de Beatrice ela não pertence exatamente a nenhuma das facções já que ela é o que se chama de Divergente, assim ela pode pertencer tanto a Abnegação quanto a Audácia ou Erudição. Se sua escolha já era difícil antes imagine agora que possui mais opções, além disso, Beatrice é alertada de que ser Divergente é algo extremamente perigoso e que deve manter isso em segredo.

Muito confusa Beatrice acaba optando por se juntar a Audácia e agora ela é Tris uma garota que terá de enfrentar a temida e dificílima iniciação da considerada mais cruel das facções. Ao mesmo tempo em que tenta descobrir o que realmente significa ser Divergente e entender o que sente e quem realmente é.

Tris (prefiro Tris do que Beatrice) é uma ótima narradora-personagem. Fico tentando encontrar os motivos de eu ter amado esse livro e Tris com certeza é um deles! Apesar de todas as dificuldades que enfrenta: deixar sua família, passar a viver em um lugar totalmente diferente e que preza atitudes completamente diversas daqueles que estava acostumada e não saber muito bem se fez a escolha certa ela não se torna uma chorona, mas se adapta o mais rápido possível e aprende a lidar com seus problemas. Forte, determinada, esperta, corajosa e, apesar de negar, altruísta.

Ela vai passando por um aprendizado ao longo do livro, desvendando suas emoções e nesse processo confesso que, às vezes, ela me assustou com seus pensamentos frios e até cruéis, mas no final tudo isso é preciso, pois ou é a sua vida ou a deles.

Quatro é outro personagem interessante. Isso mesmo: Quatro. É claro que é apenas um apelido e como o verdadeiro nome dele é um spoiler e eu odeio spoilers (mentira, amo spoiler, mas não quero que ninguém me xingue nos comentários) vou chamá-lo assim. Ele é o instrutor responsável por ensinar os novos membros da Audácia a lutarem e se defenderem. Distante e de uma calma que dá arrepios Quatro parece ser um integrante normal da Audácia, mas à medida que vai se aproximando percebe-se que além de grosso, evasivo e durão ele também é gentil, esperto e tem um passado triste. Tudo que configura um bom personagem. E, é claro, que com essa descrição você já percebeu que ele é o par romântico da Tris, né? Gostei muito do Quatro, mas em alguns momentos ele é bem insensível o que me incomodou um pouco, mas nada que tirasse o posto de dono do meu coração no momento (hahaha perdeu Tris!).

Ele com certeza não é o típico namorado que encontramos em outros livros e isso é reconfortante porque Tris também não é a típica mocinha.

Apesar de a história ficar restrita ao complexo da Audácia e não haver muitos outros cenários percebe-se que a autora está apenas “preparando o terreno” para o que virá a seguir. O grande mistério de o que é ser Divergente e o porquê de ser tão perigoso são assuntos cruciais, além de a relativa paz em que as facções vivem estar terminantemente ameaçada, afinal apesar das tentativas nenhum sistema social pode ser perfeito. Devo dizer que o final é de tirar o fôlego, cheio de adrenalina e perigos.

Mas, não adianta nada ter uma ideia genial dessas e personagens ideias se a escrita não for boa e se uma coisa que a Veronica sabe fazer é escrever bem. Acho que ele deu um jeito de introduzir algum tipo de droga no processo porque a escrita é muito boa e viciante. Leve, agradável, concisa, direta, sem o habitual lero-lero. Ela construiu personagens complexos e consistentes e o ritmo da história é perfeito. A cada página há um novo mistério, um novo acontecimento que mantém a constante curiosidade. Além de ter desenvolvido muito bem o Universo distópico que criou, tudo é simplesmente fascinante, no entanto acredito que há muito mais a se ser mostrado desse novo mundo e espero que o próximo livro, Insurgente traga isso.

Enfim, Divergente é incrível com todos os ingredientes que tornam um livro fenomenal. E não vejo a hora de visitar novamente o mundo de Tris! Espero que vocês leiam e gostem tanto quanto eu.



4 comentários:

  1. Menina que resenha foi essa *-* Maravilhosa, fiquei até sem fôlego, hahaha! Eu tenho o livro aqui em casa, mas até agora não tive vontade de ler, só que depois dessa sua resenha vou passar ele na frente da longa listaaaaa e começar o quanto antes.

    Beijos,
    Fernanda,
    Lendo & Esmaltando

    ResponderExcluir
  2. Oi Fernanda! Obrigada, fico feliz que tenha gostado e de ter proporcionada essa vontade de lê-lo. E leia, não vai se arrepender, é realmente muito bom!
    Beijos :)

    ResponderExcluir
  3. Adorei a resenha, dei muita risada hehehe... Não tem como não amar divergente, a Tris, o Tobias, o Will, a Christina. Expectativa agora fica com o filme.

    www.controlleuniversal.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. Oi Alana, fico feliz que tenha gostado. Eu também estou na maior ansiedade para o filme, espero que seja uma boa adaptação :)
    Beijos!

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário...