Resenha: A Ilha dos Dissidentes - Bárbara Morais

Título: A Ilha dos Dissidentes
Autor (a): Bárbara Morais
Editora: Gutenberg
Páginas: 304
Ser levada para uma cidade especial não estava nos planos de Sybil. Tudo o que ela mais queria era sair de Kali, zona paupérrima da guerra entre a União e o Império do Sol, e não precisar entrar para o exército. Mas ela nunca imaginou que pudesse ser um dos anômalos, um grupo especial de pessoas com mutações genéticas que os fazia ter habilidades sobre-humanas inacreditáveis. Como única sobrevivente de um naufrágio, ela agora irá se juntar a uma família adotiva na maior cidade de mutantes do continente e precisará se adaptar a uma nova realidade. E logo aprenderá que ser diferente pode ser ainda mais difícil que viver em um mundo em guerra.

Sybil Varuna é uma refugiada de guerra que está indo para um lugar em que ela espera viver uma vida melhor. No entanto,  seu navio naufraga e a única pessoa a sobreviver é ela, assim ela descobre que faz parte de uma parcela da população conhecida como Anômalos. 

Os Anômalos possuem habilidades especiais decorrentes de mutação genética e são parte importante na guerra que ocorre entre a União e o Império do Sol. Sybil, sendo uma órfã de guerra e agora Anômala, vai morar em uma das cidades especiais destinadas a eles com uma família adotiva. 

Sybil só queria uma lar seguro e comida, mas agora conseguiu estudos avançados e treinamento militar especializado em desenvolver seus poderes. E, claro, sua importância é subestimada e ela começa a notar sinais que talvez esteja envolvida em um conspiração cheia de meias-verdades e segredos. 

Sigo a autora Bárbara Morais no Twitter e ela é maravilhosa lá, então presumi que os livros dela também fossem incríveis e fui ler; já disse milhares de vezes aqui como amo estar certa. A Ilha dos Dissidentes é uma distopia que se destaca no mar de livros do gênero que encontramos atualmente por trazer referências históricas ótimas (o nome das cidades anômalas derivam da mitologia grega e se eu não estou louca notei uma associação do modo como os anômalas são tratadas pela sociedade com os judeus na Segunda Guerra. Eles precisam usar roupas diferente que os identifiquem como tal, além de viverem separados do restante da população, como os judeus viveram em guetos). Além de juntar elementos básicos e muito utilizados em distopias de um modo novo e refrescante, provando que se pode sim usar elementos considerados batidos, reinventá-los e entregar uma história instigante e surpreendente ao leitor. 

Sibyl é aquela personagem que eu quero ser quando crescer ou me tornar melhor amiga. Ela é corajosa, enfrenta de cabeça erguida as coisas, além de não deixar a desvantagem nas situações lhe afetarem. Usa a lógica e inteligência a seu favor e faria de tudo pelos amigos, além de ter uma língua afiada e não se deixar intimidar por autoridades. A personagem principal perfeita, não é? 

Também temos Andrei *suspiros* Com seu cabelo desgrenhado, uma mania de irritar a Sybil que pode ser mais do que só isso *pisca* e uma piada inconveniente pronta pra fazer todo mundo rir ou ficar constrangido na ponta da língua. Leon é outro personagem que chamou minha atenção e seu jeito calmo, preciso e bad ass silencioso me fizeram rezar pra Bárbara não fazê-lo sofrer (mais). 

Os poderes dos anômalos são bem desenvolvidos e explicados, bem como toda a sociedade apresentada e as disputas políticas. Esse livro serve como introdução a todos os problemas e preconceitos enfrentados, não só pela sociedade, mas principalmente pelos anômalos. A Bárbara conduz a história no ritmo certo, com uma escrita simples, rápida, fluída e que vai direto ao ponto. A trama é construída de modo sutil e que desperta a curiosidade, até o inevitável clímax de tirar o fôlego e final de se descabelar graças aos mistérios e informações que ficam subtendidas. (Espero que role um "Sybil, I’m your father" nos próximos livros)

Entre outras palavras, A Ilha dos Dissidentes não só é um livro que me fez ter mais personagens pra amar e sofrer, mas também um livro que me trouxe um misto de sentimentos durante a leitura e me fez ficar envolvida pela história criada e apreensiva pelo rumo que tudo vai tomar. 


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