Resenha: Irmã - Rosamund Lupton

Título: Irmã
Autor(a): Rosamund Lupton
Editora: Record
Paginas: 322
SKOOB

Sinopse: Quando Beatrice recebe uma ligação informando que sua irmã mais nova, Tess, está desaparecida, embarca no primeiro voo para Londres. Porém, ao descobrir as circunstâncias do sumiço, percebe que não conhece detalhes da vida de sua irmã e não está preparada para os fatos terríveis que precisa enfrentar. Enquanto a polícia, o próprio noivo e a mãe aceitam a perda de Tess, Beatrice se recusa a desistir e parte numa perigosa jornada para descobrir a verdade, sem se preocupar com as consequências.

Beatrice (ou Bee) e Tess são duas irmãs que, apesar da diferença de idade e de terem personalidades completamente diferentes, são muito unidas. Portanto, quando Bee recebe um telefonema de sua mãe, avisando que Tess está desaparecida, não pensa duas vezes antes de viajar de Nova York até Londres, para tentar encontrá-la. Porém, após um tempo, todos a sua volta parecem ter se conformado com o sumiço de Tess, pois tudo indica ter sido essa a sua escolha. Bee, no entanto, conhece a irmã melhor que qualquer um, e por isso não para de procurar por pistas para desvendar esse mistério, ainda que precise continuar sozinha a sua procura. 

Bom, o que dizer sobre esse livro? Não me vem outras palavras senão belo, instigante, tocante. Por ser um thriller psicológico e possuir investigação, eu já esperava gostar do livro. Irmã, no entanto, conseguiu se provar ainda melhor do que eu imaginava e me surpreendeu. O destaque do livro vai, sem dúvida alguma, à escrita de Rosamund Lupton. A autora escolheu a forma perfeita de essa história ser contada: como se fosse uma enorme carta escrita por Bee para sua irmã Tess. Cada frase era tão sincera e carregada de sentimento, que não há como não se apegar à personagem. O amor presente na relação das duas fica escancarado em cada parágrafo. 

“Talvez o terror e o pânico, uma vez experimentados, entranhem-se em nós, mesmo quando não há razão, deixando para trás um horror adormecido e facilmente despertado.” Pág. 39

Na verdade, cada personagem é tão bem construído que chegam quase a ser palpáveis. Beatrice, ao contrário da irmã impulsiva e feliz, sempre foi uma pessoa metódica e organizada, mas conforme o livro avança é possível perceber o belo amadurecimento que ela tem de si mesma, tanto que ao fim da história vemos alguém totalmente diferente. O modo com ela continua tentando descobrir a verdade sobre os acontecimentos, depois de todos já terem desistido, é o que mais admirei nela. Há diversos personagens no livro e, assim como Bee, não consegui confiar na maioria deles, já que qualquer um poderia ser suspeito de estar envolvido no desaparecimento de Tess. Mas devo destacar que Amias (um velhinho, dono do apartamento de Tess) e Kasia (a amiga polonesa de Tess) ganharam um lugar no meu coração. 

“Que eu não enlouqueça, doce paraíso – porque a perda da sanidade, do ego, gera um terror desesperador, qualquer que seja o rótulo usado.” Pág. 127

Há momentos do livro em que a leitura fica um pouco lenta, mas nunca deixa de ser instigante. Esse é mais um dos pontos ótimos do livro! A trama te envolve de tal maneira que você não quer parar antes de descobrir tudo o que aconteceu. O jeito como a história ganha proporções cada vez maiores, englobando diversos assuntos, com revelações e reviravoltas acontecendo a todo o momento é simplesmente fantástico.

Com uma escrita belíssima, Irmã é um livro realmente tocante, sobre o amor mais puro entre duas irmãs, sobre a crueldade e sensibilidade presentes na natureza humana, sobre descobrir a importância de ser você mesmo e de saber escolher pessoas que lhe fazem bem para ficarem ao seu lado. Há muito mais que eu poderia dizer sobre o livro, mas nada que faça jus ao que eu realmente experimentei ao lê-lo. Por isso, só posso dizer: leia e deixe-se cativar.